Voluntariarte
Voluntários
terça-feira, 1 de junho de 2010
Mudando Vidas
Perfil
Lado - a - Lado
São jovens. Uns mais cedo, outros mais tarde, todos eles despertaram para a importância de não ficarem parados diante de uma sociedade tão desigual. Lutam todos os dias lado - a - lado por um mundo melhor, algo que para uns é uma utopia, mas que para estes voluntários é possível através de pequenos e simples gestos, que dão aos que mais que mais precisam um novo motivo para acreditar.
Não foi por vontade própria que Carina Silva de 21 anos começou a fazer voluntariado. Natural de Braga e actualmente a estudar no curso de Psicologia na Universidade Católica, entrou para a Juventude da Cruz Vermelha de Braga há pouco mais de 1 ano, através de um projecto de serviço comunitário promovido pela universidade que frequenta. Actualmente a coordenar o projecto Angariação de Fundos e a colaborar em mais dois, Carina afirma que, apesar de não ter sido algo pensado, actualmente ser voluntária é algo que lhe dá imenso prazer.
Para Carina são vários os motivos que tornam esta experiência de voluntariado na Juventude da Cruz Vermelha um ponto positivo na sua vida.
Sara Martins, de 24 anos, conheceu Rita na ABRA e a vontade de ajudar os animais uniu-as para sempre. “Conhecemo-nos há 5 anos na ABRA e aproximamo-nos por causa de um cão que tinha uma doença e, por isso, tinha de levar injecções diárias". Apesar de actualmente já não ser voluntária na ABRA, Rita continua a colaborar com a instituição, sendo uma espécie de família de acolhimento de animais abandonados. Do feitio de Rita, Sara realça a sua teimosia e persistência. A amiga não hesita ao dizer que “Rita é daquelas pessoas que ou se ama ou se odeia. Não há meio-termo”.
Sérgio é o mais novo deste rol de voluntários. Com 19 anos, o estudante do 1º ano do curso de enfermagem, concilia os estudos com a coordenação do Projecto Copos da juventude da Cruz Vermelha. Há um mês na instituição o jovem entende que esta é uma experiência pela qual todos deviam passar.
Amiga de Sérgio há quatro anos, Ana Isabel Castro entende que é de realçar o trabalho desenvolvido pelo jovem: “Penso que o trabalho de voluntariado que ele desenvolve é de exaltar, uma vez que o faz sem qualquer contra partida monetária visando apenas ajudar e alertar os jovens para o consumo em excesso de álcool”.
Têm aspirações diferentes, gostos diferentes, vidas diferentes e jamais se cruzaram, mas, lado a lado, travam grande batalhas para mudar tantas vidas quanto possíveis. São a razão de muitos ainda terem força para continuar, para seguirem numa estrada com mais baixos que altos. São o motivo de o mundo ainda parecer redondo, mesmo quando sentem que estão prestes a cair no precipício. São o sorriso que chega quando a tristeza assola. São a força, a coragem, a esperança. Enfim são voluntários.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Entrevista: Leonor Festas - Prémio Mulher Activa
É verdade que lhe deram hipótese de voltar à actividade profissional e preferiu continuar voluntária?
Sim. Foi uma decisão que tive de ponderar, pelo que implicou de algumas restrições para a minha família, mas foi possível porque o meu marido trabalha. E considero um privilégio poder fazer aquilo de que gosto.
Como vê essas duas fases da sua vida? É idêntico ter responsabilidades numa empresa e numa instituição de voluntários?
Em qualquer organização há que ser profissional. Encaro o meu trabalho aqui como se fosse pago. E prefiro este. As empresas orientam-se muito pela competitividade, enquanto o voluntariado traz ao de cima o que há de melhor nas pessoas. Trabalhar neste sistema torna-nos diferentes. Costumo dizer que já ganhei o euro milhões muitas vezes...
Como é hoje o voluntariado em Portugal? Semelhante ao de outros países?
Nos Estados Unidos, por exemplo, faz parte do programa escolar dar umas horas de trabalho semanal à comunidade. No final do ano há que apresentar um relatório carimbado, a atestar a passagem por uma instituição desse tipo. Em Portugal não existe tanto essa cultura de voluntariado. Embora ultimamente isto esteja a mudar e venham aparecendo mais voluntários.
O maior problema da Entrajuda é, então, a falta de voluntários?
Só de voluntários qualificados e comprometidos. Isto é, interessam-nos pessoas que assegurem regularidade. Preferimos que em vez de dois dias por semana, dêem apenas umas horas, mas que possamos contar com elas.
Qual é exactamente o vosso trabalho?
Apoiamos 1200 instituições. Dessas, só 500 recebem o nosso cabaz mensal, sobretudo produtos de higiene, desde papel higiénico a fraldas. Quando temos donativos pontuais, então chamamos outras. Se hoje nos aparecer tinta para pintura, mandamos um e-mail, e quem precisar vem buscar.
Então, como é financiada a Entrajuda?
Exlusivamente por donativos, quer de empresas, quer de particulares. Também nos candidatamos a programas comunitários, como fizemos para a ligação das nossas instituições à internet. E temos o apoio de uma fundação internacional para a saúde, a Fundação Stavros Niarchos. De um modo geral, compramos 10% do que doamos.
Entrevista na integra em:
Revista Visão
(edição de 15.04.2010)